sábado, 29 de dezembro de 2007

De volta à labuta.

Depois de uma folga prolongada pelas festas de Natal enfim estamos de volta ao trabalho. Temos novidades na cozinha, a filipina que trabalhava comigo no garde manger saiu e a Rose Marie que trabalhava na cozinha quente também não compareceu . No seu lugar veio a Delphine que pelo visto tem muita prática no fogão e agora está trabalhando diretamente com o Chef. Eu continuo no garde manger com a Chef Marie Odile que é uma fera nos dois sentidos. Ela tem uma prática fenomenal e é brava como uma leoa. Mas, apesar de tudo, se eu souber aproveitar bem esse período quando eu terminar o estágio vou ficar fera igual esse povo aqui. Hehehehehe.
Se não fosse o encontro com os amigos brasileiros, de vez em quando, eu acho que não suportaria. E quando acontecem esses encontros trocamos experiências, compartilhamos as lutas, a capacidade de perdoar e suportar temperamentos rudes, discutimos e trocamos cardápios e ingredientes e aproveitamos para rir e chorar muito juntos. Como é bom!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Um Natal diferente!

É Natal, é Natal, Feliz Natal...


Mickaël ganhou de papai Noel um curso de alemão mas com a condição de aprender a língua em apenas sete meses. Ele vai se mudar com a namorada para a Alemanha e vai chegar lá afiadinho.
Essa foi a melhor hora, a entrega dos presentes. Papai Noel passou e o saco tava bem cheio.

Todo mundo conferindo o que foi deixado pelo papai Noel na noite anterior. Que legal!

A senhora Jojô, a mãe da Françoise, responsável pela bûche de Noël e o Philippe que é esposo da filha da Françoise.

Esse é o senhor Thorel, o pai da Françoise, uma simpatia de pessoa. Ele me disse que tem muita vontade de conhecer o Brasil, mas tem medo de mosquito e da febre amarela. Se ele fosse iria de barco e levaria 13 dias até lá. Você já imaginou que viagem?

Delphine e Mickaël descobriam as novidades do telefone novo.

O Senhor Thorel, pai do Chef Jacques Thorel, me orientava pra eu não pagar mico. kakakaka!


Quando nós chegamos à casa da Françoise e do Philippe a mesa já estava posta e só faltavam a Delphine com o outro Philippe e a Susanne com o Mickaël. Eu já estava curiosa pra saber o que ia ser servido.

O senhor Philippe foi um anfitrião pra ninguém colocar defeito e não deixou as minhas taças vazias nenhum momento. Ele nos serviu muito bem e observava todo mundo o tempo todo.

Gente, eu tive que retirar os "escargots" com um alfinetinho de cabeça, olha um aí. E comi um monte com pão e manteiga. Uma manteiga que voces nunca viram igual, saborosíssima.

Esse foi um dos pratos quentes, "coquille de Saint Jacques" e é meu prato predileto. Gente, é gostoso de mais, eu adoro!

Ganso com purê de maçãs e purê de batatas, também foram pratos quentes. Não dá pra descrever, só comendo mesmo, as maçãs daqui são deliciosas, docinhas.

Pequenos "escargots", os "petit gris", que é muito comum aqui na nossa região, muito camarão e muitas ostras foram os pratos servidos de entrada na ceia do Natal. E tinha um vinho alemão que me fazia esquecer e endoidecer ao mesmo tempo. Que loucura!

Permanecer à mesa, com a família, por mais ou menos cinco horas tem todo um ritual e disso os franceses não abrem mão. Uma maravilha, momento de confraternização e de carinho.

Foram servidos sete pratos e para cada prato um vinho harmonizando, fora as sobremesas, o champanhe e a cachaça que eles preferiram como digestivo. Será que brasileiro aguentaria tudo isso? Os manguaças... iam fazer a festa. Ahahahahaha.

De sobremesa tinha quindim, salada de frutas e brigadeiro que a Lourdes fez, o tronco de Natal que a Jojô (mãe do Chef Thorel) fez e a marmelada da Françoise. Nós gastamos quatro horas pra fazer a ceia do Natal e com muito prazer.

Mas a sobremesa típica do Natal é mesmo o "bûche de Nöel". Que pra mim não passa de um rocambole. E a francesada cai de joelhos pra comer. Eles adoram, tinha de baunilha e chocolate.

Julien com seu saxofone deu um show à parte. E ele é um amor de pessoa, mora em Paris, trabalha e estuda, fala quatro idiomas e entende português sem dificuldades. Ele é um bom aluno... "Il est un bon élève... ".

Eu fiquei de boca aberta, tudo me encantava. Nem deu tempo de chorar de saudades do meu povo. Mas meu pensamento tava lá, claro!
E depois pra fechar a noite com chave de ouro Julien tocou várias músicas para nos alegrar, e até dançou também uma dança típica da Bretanha. Muito lindo!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

"... E então é Natal!"

Vocês não podem imaginar como é participar do Natal junto com um família européia, no interior da França, numa casa super aconchegante e acolhedora com lareira acesa e vinho à vontade. E como não podia faltar: vejam só no pé da árvore. Lá está o tamanco de madeira da bisavó e do bisavô dos meninos da casa. Que lindo! É impressionante como essa gente faz questão de guardar e viver a tradição do povo francês.
A árvore de Natal está cheia de presentes, assim como é feito aí no Brasil. Só que aqui, como é de costume, os presentes serão entregues antes do almoço do dia 25 de dezembro. Afinal, o Père de Nöel virá pela chaminé, durante à noite deixar os presentes de Natal. Vamos respeitar a tradição. Mas a curiosidade é demais entre nós!

Este ano foi uma ceia bem diferente do Brasil. Bebemos vários vinhos de frutas como: damasco, cereja e maça, que a Françoise faz. Gente, uma delícia! E a deliciosa cachaça. De aperitivo chips de batatas com patê de sardinha e madelaines (uma receita do Chef Thorel). Jantamos raclette, um prato suíço à base de queijo derretido com batatas cozidas e fatias de vários presuntos diferentes, pão, vinho tinto, e de sobremesa um delicioso tiramissu. A verdadeira ceia de Natal será servida amanhã dia 25 no almoço. Vamos ver como vai ser.


Françoise é uma doçura de pessoa, juntamente com seus filhos Mickaël que é mecânico de automóveis pesados e sua namorada Susanne, uma alemã muito simpática, Julien que é músico e seu marido Philippe. Passamos uma noite muito agradável e depois do jantar nos divertimos muito brincando alguns jogos de animação. Amanhã tem mais. Oba!

domingo, 23 de dezembro de 2007

O cavalo bretão.

Hoje à tarde eu estava sentada no sofá tecendo um cachecol e de repente eu ouvi o trote de um cavalo na rua... passou. Daí a pouco ouvi novamente e isso me intrigou. Troquei minha roupa rapidinho e saí procurando esse cavalo. Aliás, desde que cheguei aqui ainda não tinha visto um cavalo se quer. Quando eu cheguei próximo da igreja percebi um movimento diferente. Opa! Que será? Virei o quarteirão e lá vinha ele, o cavalo bretão. E que satisfação!
Passeio de charrete pela cidade. Igualzinho em Mariana, a diferença é que a nossa charrete é mais confortável e tem até uma capota para proteger o passageiro da chuva e do sol. Hahahahahahaha!

O adro da igreja estava cheio de crianças que aguardavam a chegada da charrete para então dar uma volta pela cidade.

Uma pausa para o coitadinho beber um pouco de água também. Ele até que gostava muito.

O cavaleiro aproveitava as paradas pra fumar o seu cigarrinho sossegando.

Tenho certeza que o Luizinho não vai cansar de olhar essas fotos, e olha a largura do peito do bichão!

Eu me apaixonei pelo porte do cavalo.

Ai que saudades da fazenda e dos animais...

As crianças ficam de longe observando essa marmota, algumas choram muito, igual a Tacinha quando era pequenininha. Graças à D'us a Tacinha nunca gostou... E ele fica todo sem graça coitado!

Algumas crianças, as maiores, até arriscam dar um beijo nele pra ganhar mais balinha.

Coitadinho do Papai Noel, ele já tá tão velhinho que nem está aguentando empurrar o peso do corpo mais. Ele tem que se apoiar numa bengala e vai se arrastando pela rua a fora.

Para conseguir aproximar das crianças o Papai Noel bretão dava balas pra que elas não observassem a sua feiúra. Ho ho ho ho!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Olha a Sabrina aí!

A Nath colocou essa bonequinha no orkut dela e eu me apaixonei. Me lembrei da Sabrina e da Ana Júlia, quando ela era pequenininha ela dizia assim: "Não é?" Deu uma saudade... Ela não é uma gracinha? É a Nath antes de fazes as luzes no cabelo.
Eu estou muito contente, desde sexta-feira que estou chocando os resultados dos meus exames: radiografia dos pulmões, exame de vista, de glicose, vacinas, exame médico, pressão arterial, etc. Tudo bem, graças à D'us. Hoje resolvi entregá-los para a Françoise encaminhá-los. Praticamente já sou uma cidadã regulamentada, dentro de quatro semanas vou à Prefeitura de La Roche buscar minha Carte de Séjour definitiva. Oba! Mais uma etapa vencida.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Mon dimanche.


Nessa época do ano é muito bom passear pelas ruas e observar a espera do Natal. Me perguntaram se no Brasil o Papai Noel também chega pela chaminé pra trazer os presentes de Natal. Só faltava me perguntar se no Brasil a roupa dele também é vermelha. Ai ai ai!
Já tava com muita vontade de voltar pra casa, o sol foi embora e o frio aumentando mais e mais.

É Natal! É Natal! Feliz Natal! Olha o tantão de presentes que eu preparei pra vocês... Hahahaha!


Eu me diverti à bessa. Haviam duas crianças tentando escalar a rocha enquanto a mãe lá de cima gritava desesperada com medo delas caírem cá embaixo.

Olha o meu gatinho aí! Ele sempre me acompanha nos passeios pelo porto, é meu companheirão.

A galera mais esperta corre do frio e fica lá dentro do barco tomando umas biritas pra esquentar o gogó.
O solzinho preguiçoso bate no meu rosto mas não me aquece... a paisagem sim, me enlouquece.

Com sol, sem sol, com frio, sem frio, qualquer dia da semana é uma delícia passear no porto.

Meu D'us! Como faz frio nessa terra... E o pior, o serviço de metereologia avisou que, amanhã a temperatura vai cair mais um pouco. Será que eu aguento?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Carte de Séjour.

Hoje não foi fácil. Quando saí de casa às 6h30 da manhã naquela escuridão, um frio que doía até nos ossos, nem acreditei quando vi os carros que estavam parados na rua e a calçada toda coberta de gelo. Corri pra não perder o ônibus pois o meu destino era Rennes e fazer os exames médico para a liberação da Carte de Séjour. Tinha que ser hábil e conseguir fazer ginástica com o tempo. Mas até 11h30 quando cheguei em Rennes, o gelo se destacava. A paisagem estava linda toda coberta de gelo, o pasto branquinho e vários lagos congelados. Lindo, lindo lindo demais.

De volta pra Vannes, na Estação do TGV em Rennes, com esperança de alcançar a Prefeitura aberta e levar os documentos em tempo.

Ufa! Corri demais hoje, mas com certeza agora de volta pra casa e no trem certo. Desta vez eu fiz questão de conferir bem direitinho. E quando estiver lá dentro naquele conforto todo vai dar para tirar uma soneca e descansar um pouco.

De tanto observar acabei achando alguma coisa parecida comigo, uma árvore de Natal toda decorada de pompons. Parece até que fui eu que fiz. Ainda bem que não é preta, branquinha é uma graça.

Uma paradinha para apreciar a beleza dos relógios, meu ponto fraco. E olha que maravilha a decoração da loja.

Essa foto eu fiz em homenagem à nossa querida Nath. Ela adora fazer compras de cosméticos na Sephora. E hoje a loja tava linda, toda decorada de cor de rosa. Do jeitinho que a mulherada gosta.

O centro comercial de Vannes é lindo. Cada loja maravilhosa e muita mercadoria com preço popular. Muita gente aproveitando pra antecipar as comprar do Natal. E um frio de rachar os bicos.

E como diz o Luiz Melodia: "Lava roupa todo dia, que agonia, na virada da soleira..." Ainda bem que é na máquina automática porque se fosse na mão e com o frio que tá fazendo (-3o C), ninguém merece. Aqui em La Roche, a lavanderia fica instalada no Porto, mas em virtude do inverno, ela só voltará funcionar em abril. Aproveitei a viagem à Vannes e levei uma sacola cheia pra resolver meu problema. Graças à D'us!

Enquanto eu esperava a roupa secar resolvi dar uma volta para que o tempo passasse mais rápido. De repente avistei uma confeitaria e mais que depressa entrei pra ver as novidades. E não é que vi um suspiro de "Itu" na vitrine e minha boca encheu d'água. Não pensem que eu estou gozando mas realmente é uma suspirão, tinha de vários sabores: com nozes, amêndoas limão e esse que escolhi de pistache. Dame blanche. Uma delícia! Não sei quanto tempo vou demorar para consumi-lo mas que vou comer tudo isso vou. Se bem que se fosse aqueles suspirinhos mais lindinhos que nossas padarias estão cheias, era muito mais fácil para devorá-lo. Acabou que tive o martírio de esperar chegar em casa para lamber os lábios. Se voces vissem a confusão que eu arrumei pra comer esse bichão voces iam morrer de rir.