quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Os peixes.

Toda quarta-feira e sábado, o chef vai ao mercado de Vannes comprar peixes frescos. Às 10h ele chega, eu subo correndo para limpá-los e abrí-los. O meu serviço acontece aí dentro desse minúsculo e gelado quartinho. O tempo é curto e depois, enquanto lavamos o chão das três cozinhas, lá em baixo, bem rapidinho, minha chef corta os peixes e aí entro na segunda etapa dos meus amigos. Hora de pegar a pinça e retirar os espinhos. Essa é a pior parte. Detalhe: não pode ferir o filé, senão vai ouvir xingo sem dó e sem piedade. E olha que é espinho demais. Aí ela já abriu os peixes pequenos os "maquereau", esses já chegaram limpinhos. Mas são os que mais tem espinhos. Serviço duro de roer...
Bom, vamos ao trabalho! Tenho exatamente trinta minutos para apresentar os cinco peixes limpinhos, a casinha do "homard", como eu gosto de falar: "la maison de homard", toda lavadinha e bem limpinha. Não pode nem ter vestígio de escamas senão o sermão é o dia inteiro. Credo! Nem pensar.

Este é o "lieu", ele tem as escamas minúsculas, imperceptíveis e difíceis de retirar. Para retirar suas escamas é preciso usar o lado oposto do corte da faca. E ele escorrega demais, por isso é preciso colocar o jornal por baixo para facilitar e agilizar o trabalho.

Esses dois peixes maiores são o "bar", um peixe típico do mar mediterrâneo. Debaixo deles tinham dois "dorade", um peixe da carne delicada e o peixe que está na táboa é o "lieu", um peixe típico do atlântico norte. Meus companheiros de toda quarta-feira e sábado.

Esse é o viveiro do "homard". Aquela lagosta enorme e azul, típica dessa região. Pena que eu não pude fotografá-las pra voces verem. Aí dentro tinham dezoito. Prometo que qualquer dia desses elas aparecerão no blog. Kakakakakakaka!

Imaginem que na terceira ou quarta vez que fui limpar os peixes, nessa pia horrorosa, o caco da torneira que nem rosca tinha mais não queria fechar de jeito nenhum. Passei um aperto danado, clamei para que D'us abençoasse e eu conseguisse fechar a danada mas quando a chef apareceu tive que pedir ajuda. Então ela teve a cara de pau de dizer que eu tinha estragado a linda torneirinha. Vejam só, ela já está caindo aos pedaços e eu tive que "pagar o pato" outra vez. Agora, temos que fechar a água no registro que fica debaixo da pia. Brasileira sempre dá um jeitinho...

Nenhum comentário: