quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

De Carnac para Vannes.

Segunda-feira, 14 de janeiro, dia de voltar pra casa. Colocar as coisas em dia e preparar para retornar ao trabalho. Fim de férias. Caminho de casa. Oba!
Praia de Carnac.


Despedindo de Carnac e contornando o porto.

Dentro do ônibus, indo para a estação de Auray, consegui registrar as últimas imagens de Carnac.
Porto de Carnac.

Estação de Auray, uma cidade pequena que fica entre Carnac e Vannes.

Enquanto aguardávamos a chegada do TGV eu admirava a beleza do meu companheiro de viagem. Um cão de causar inveja. E muito educado, por sinal.


Chegamos na estação de Vannes por volta de 13h e nosso ônibus para La Roche sairia às 18h20. Então resolvemos passear lá no centro, visitar algumas lojas, verificar as liquidações e quem sabe, comprar mais livros de gastronomia. De repente chegamos no porto. Paramos pra descansar um pouco e comer alguma coisa. Comprei um sanduiche (baguete com peito de frango, maionese, batata frita e suco de uva) e meu amigo ficou só de coca-cola mesmo. Os passarinhos começaram aproximar em busca de alimento. De repente tinham mais de dez ao nosso redor. Que lindo!

O tempo estava gostoso, às vezes parecia que ía chover, às vezes as nuvens passavam rapidamente e o sol surgia. Apreciar aquela paisagem estava até agradável. Melhor que ficar andando pra lá e prá cá esperando as quatro horas, que tinhamos pela frente, passarem.

Os pássaros nos fizeram companhia durante boas horas alí na beirada do porto. Disputavam as migalhas de pão que jogávamos no chão e às vezes até brigavam. Um era mais esperto que os outros e dominava o pedaço numa esperteza de impressionar qualquer pessoa. Eles faziam um malabarismo no ar que tornou um espetáculo para nós.

Já cansado de brincar com os pássaros, cansado de alimentar os pássaros e cansado de esperar a hora passar, meu companheiro resolveu sair pra paquerar. Disse que não era pra mim preocupar mas que ele tinha certeza que ia arrumar um gatinha. Saiu andando e de repente encontrou com duas velhas que passeavam pelo porto. Uma delas levava um cachorrinho para passear ou pra fazer xixi na rua. Talvez! E não é que o danado cantou a velha! Quando ela olhou pra ele e viu que era um brasileiro, gato, sarado e cheio de talento, a velha não resistiu e começou passar mal. Foi ficando pálida, pálida e as pernas bambeando até cair no chão. A amiga dela dizia: -me ajuda moço, por favor! O Lúcio, mais que depressa agarrou a cintura da velha e até que ela gostou. Se entregou e caiu nos braços dele de uma só vez. Ele juntava a velha, a velha escurregava e caía no chão. Ele juntava a velha e a velha caía novamente. Tava um pagode.

De repente, lá do outro lado da rua passava uma van da prefeitura local. Quando o motorista olhou pra cá e viu que tinha um bate boca danado, mais que depressa freiou o carro, abriu a porta e veio correndo com o seu companheiro de trabalho, saber o que estava acontecendo. O Lúcio dizia: -não foi nada não, foi só um sustinho. Já tá tudo sobre controle, tá tudo bem agora. E o homem ficou meio desconfiado, desacreditando no meu amigo, então resolveu certificar com a velha: -a senhora está bem? A velha dizia: num sei... eu tô sonhando ou é verdade mesmo isso que me aconteceu! O homem dizia: -dona, a senhora está muito pálida, nós vamos chamar a ambulância e vamos levar a senhora para o hospital. A velha resistia dizendo que só ía para o hospital se o Lúcio fosse com ela. Já pensou só? Que velhinha safada, né? Até que ela estava gostando da idéia...

Voces nem imaginam como estava engraçado a cena. O Lúcio ajuntava as pernas da pobrezinha e dizia: -vem meu bem, voce aguenta sim. Vamos tentar só mais uma vez... E a velha arriava. Ele falava repetidamente: -me ajuda gente, me ajuda. E a velha nada!

Os caras resolveram chamar o corpo de bombeiros logo de uma vez. Tenho certeza que era pra apagar o fogo do Lúcio. Claro que era... E aí foi aquela confusão, as pessoas iam passando e se ajuntando, mais e mais, formando uma multidão de curiosos. Alguns até arriscavam me perguntando: -aquilo é um homem ou uma mulher? E eu dizia: -é uma mulher, coitadinha. E ela tá muito mal. O Lúcio vermelhinho de vergonha e puto porque percebeu que eu estava de longe registrando tudo. De vez em quando ele me dava sinal e dizia assim: -pára com isso sô... cê tá rindo da desgraça dos outros? Faz isso não. E aí que eu me divertia mesmo. Me diverti, um tanto com os pássaros e depois mais um tanto com o Lúcio e as suas velhinhas. Kakakakakakakaka!

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